Iniciado em 1996 no PROAD – Programa de Atendimento a Dependentes do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo, onde os fundadores conheceram um grupo de educadores sociais que trabalhavam com crianças em situação de rua nas proximidades do CEAGESP, posteriormente os foi solicitada que supervisionassem as atividades para lidar com o uso de crack pelas crianças que atendiam.
A experiência encantou os fundadores e mostrou que, para estas crianças, era necessário criar um serviço mais adaptado às suas necessidades. Na época, o governo estadual soube da experiência e propôs que fosse estendida à rede de atendimento um processo de capacitação de educadores.
FRENTES DE ATUAÇÃO
Os fundadores e um grupo de profissionais aceitaram o desafio e propuseram a abertura do Projeto Quixote. Para enfrentar todos os desafios desta empreitada, o Projeto Quixote apostou na arte, na educação e na saúde como formas de aproximação e vínculo com estes jovens. A partir disso, nasceram oficinas artísticas e estratégias clínicas e sociais, onde criatividade, afeto e expressão caminham sempre juntos. Hoje, o Projeto Quixote cresceu e atua em duas frentes:
A frente de atendimento está organizada em oficinas lúdicas e pedagógicas, com a presença da arte atrelada a um suporte clínico e social, permitindo que afetos, vínculos, demandas e desejos possam se estabelecer. Esses olhares atravessam toda a estrutura de serviços e projetos, que são integrados e organizados em fases e programas. As fases são momentos do atendimento, nem sempre sequenciais: acolhimento, casa e mundão. Os programas integram ações de projetos e serviços de forma transversal e se dividem em cinco eixos: pedagógico, clínico, de atenção à família, o mundo do trabalho e refugiados urbanos.
As atividades ocorrem em oficinas artísticas e em atendimentos clínicos individuais e em grupo, contando com uma equipe multiprofissional formada por educadores, oficineiros, psicólogos, psiquiatras, clínico geral, além de profissionais de enfermagem e farmácia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. Esse modelo de atendimento integra o olhar clínico, pedagógico e social, compartilhando uma postura de acolhimento institucional.
- Programa de Atenção à Família: por trás de uma criança em situação de risco há uma família em situação de risco. Assim, enquanto os jovens e crianças que frequentam o Quixote estão participando de suas atividades, os familiares, e principalmente as mães, participam de grupos de discussão em que colocam em pauta as questões de sua família e de seus filhos. Elas também participam de oficinas de geração de renda em que aprendem a fazer artesanatos, quitutes e bordados que podem ser vendidos na própria instituição. Além das oficinas, os familiares também passam por acompanhamento clínico no Quixote e, se precisar, os profissionais do QXT fazem visitas domiciliares;
- Programa Clínico e Psicossocial: oferece aos atendidos atendimento psicológico, psiquiátrico e médico além de oficinas que oportunizam vivências coletivas, artísticas, esportivas e educativas, com uma equipe conceituada e multidisciplinar, garantindo que o Projeto Quixote seja referência em atendimento nas áreas de saúde mental, abuso de drogas e violência;
- Programa de Educação para o Trabalho: criado para atender a necessidade dos jovens atendidos de se inserir no mercado de trabalho. Se divide em diferentes atividades, buscando atender as variadas maneiras de se trabalhar e obter renda na sociedade. A primeira atividade do programa é o Quixote Jovem, curso diário que atualmente atende 50 jovens por semestre no períodos da tarde, e que aborda competências como Empreendedorismo, Mundo do Trabalho, Comunicação, Informática e Graffiti. Na Agência Quixote Spray Arte, os jovens aprendem a técnica do graffiti e, acompanhados de grafiteiros profissionais, realizam serviços de graffiti remunerados. Já na Usina de Imagem, os jovens aprendem técnicas de vídeo e produzem vídeos encomendados, sendo remunerados.
- Programa Pedagógico:busca desenvolver a formação global, social, expressiva e cognitiva das crianças e adolescentes participantes que chegam, estimulando-os em todas as suas potencialidades e oferecendo oportunidades para que saibam atuar, interagir e construir novas aprendizagens. O trabalho, feito em parceria com a Prefeitura, é centrado na arte/cultura, oficinas lúdicas, dança, música, grafite, informática, trabalho, atividades de preservação do meio ambiente e reaproveitamento de materiais recicláveis, além das festas, teatro e passeios.
- Refugiados Urbanos: tem foco numa das populações mais vulneráveis atendidas pelo Quixote: as crianças e jovens que vivem em situação de rua. O objetivo final do programa é o rematriamento, ou seja, a reinserção dessas crianças e jovens em suas comunidades de origem. O programa trabalha com suas famílias, que na maior parte das vezes se encontram no limite da linha da pobreza, desorganizadas e desestruturadas para recebê-los de volta. As crianças e jovens também são preparados para o retorno, passando por oficinas e atividades lúdicas.
Na frente de formação e pesquisa, o Projeto Quixote realiza cursos, supervisões, seminários para educadores e gestores da rede social em todo o Brasil. Os espaços de formação geram trocas de experiências com diversos profissionais e fortalecem a rede de atendimento. Além disso, a área também publica livros de apoio e realiza pesquisas que geram subsídios para políticas públicas para crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social. Por ter nascido dentro da universidade, o Projeto Quixote acredita que tanto as descobertas quanto os desafios que ocorrem nas oficinas, nos atendimentos com as famílias, nos grupos, nas reuniões e trocas da equipe exigem reflexão e estudos e que a melhor forma de conhecimento é aquele compartilhado.
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